“O senhor, aliás, afirma que os grandes problemas do Brasil são fruto de uma crise ética.
Esse é um problema muito complicado porque tem raízes estruturais e circunstâncias ocasionadoras de um agravamento ou, o contrário, de uma melhora. O problema da crise ética tem muito a ver com cultura. Os países de cultura católica têm tendência à crise ética. Os países de cultura protestante têm tendência a uma afirmação ética mais nítida, porque o protestantismo é uma opção ética, e não ideológica, e o catolicismo é uma opção ideológica, e não ética. Aí entra uma formação de base que será permanente; católico ou não na prática, o Brasil será sempre católico na cultura e nessa medida haverá sempre um problema ético, que é típico das culturas católicas. Situações como o descrédito do Congresso e dos políticos não podem ser modificadas por gritas da opinião pública, mas apenas pela reforma do processo político. Nós tivemos capacidade de formar uma competente elite empresarial, uma razoável elite cultural e não tivemos capacidade de formar uma boa elite política. Então há uma falha no processo brasileiro, que é o fato de que a política não está mobilizando pessoas adequadas, mas sim oportunistas.”
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