me too OR NOT me too???…

Este foi um título de uma mensagem de Silvio Meira em uma lista da Sociedade Brasileira de Computação. Em uma excelente provocação que questiona se a gente sempre vai ficar esperando um modelo de fora (que muitas vezes não funciona) ou se a gente vai inovar (não dizem que brasileiro é criativo?) em modelos de gestão, politicas públicas etc.

Quando o Sr. Bautista Vidal ajudou a conceber o Pró-Alcool, ele não se baseou em nenhum modelo estrangeiro. Ele simplesmente fez uma análise da nossa realidade e propôs algo adequado ao nosso país.

Quando Edmar Bacha, Persio Arida e André Lara Resende (entre outros) criaram as bases do Plano Real, eles tiveram como partida uma tese de doutorado brasileira feito no MIT que identificou uma das características únicas na nossa inflação (inflação inercial) e criou a moeda intermediária (URV) para eliminar esta característica do processo. O plano que eles criaram, NÁO TEVE AVAL DO FMI!. Se a gente ficasse esperando um modelo, uma autorização, talvez ainda estivéssemos com as taxas inflacionárias daquele período.

O que eu pergunto é: porquê este sentimento de segunda categoria (complexo de vira lata) que não nos permite tomar a iniciativa e ousar algo diferente? porquê sempre procurar um modelo para cópia (e não como referência) externa?

Semana passada estava apresentando uma proposta. Ao final alguem perguntou “aonde no mundo já se fez algo semelhante?”. A minha resposta foi: “a proposta não é válida ou você está procurando um conforto na tomada de uma decisão difícil?”

Segue o texto original do silvio meira:

concordo e assino embaixo do que o palazzo disse.
o brasil tem MANIA de ME TOO.

*vou fazer mais do mesmo que todo mundo faz*.
e ai, neste caso, seguir gente grande e ROUBADA. sempre.
o negocio, como se sabe, NAO e ir ATRAS da bola, mas correr pra onde a bola VAI ESTAR. perguntem a quem sabe jogar. me too e ATRAS da bola…

como a gente faz, como pais, quando tenta implementar POLITICAS de paises mais ricos/sofisticados com uma DECADA ou mais de atraso… quando as vezes elas NEM DERAM CERTO por la.

e PRECISO INOVAR. inovacao e a UNICA fonte de aumento SUSTENTADO de COMPETITIVIDADE. ta cheio de gente chegando, recem-doutor, num lugar qualquer e querendo montar SEU laboratorio, exatamente como tinha na sua instituicao de doutoramento, pra continuar *publicando* na *sua* area. mais do mesmo é isso aí mesmo. e ai sempre se vai muito perto. muito mais perto do que se poderia ir.

precisamos OLHAR, VER, ESCUTAR, OUVIR e ENTENDER o contexto. como os 500 milhoes de reais pra inovacao nas EMPRESAS so este ano, na finep, a fundo perdido, no edital de subvencao. UM PAIS MUDANDO ao nosso REDOR. e a gente querendo fazer MAIS DO MESMO. ano que vem tem mais. muito mais. fala-se em 700M.

me too, tambem, é tipo mais de uma duzia de candidatos pra tres vagas no CIN/UFPE. legal pro cin, pode escolher MUITO bem. mas é mais do mesmo.

cade as propostas revolucionarias, de centros inovadores, em INFORMATICA PRO AGRONEGOCIO, pais afora? quantos de nos ja rodaram mato grosso de CARRO, pra sentir o tamanho da demanda?… [so pra dar um exemplo?…]

movamo-nos. sempre e tempo. tempus fugit. ao ives de reclamar da FORMA dos concursos, CARPE DIEM. inventemo-nos. vamos criar um OUTRO mundo, se o que ai esta NAO nos serve. e… [como diz palazzo -e a minha vó amara] YES, we CAN!

s

2 thoughts on “me too OR NOT me too???…”

  1. Ou não….

    Temos também o que seja chama de síndrome da Jabuticaba: aquelas coisas que só acontecem por aqui. Se és ufanista, elogias a fruta e o outro treco junto. Se a coisa não presta, juntamos um “[a jabuticaba] é a única coisa que só tem no Brasil e que funciona”.

    O fato é que ambas as simplificações estão erradas… algo funciona não pelo local onde nasceu, mas pelo mérito da idéia, projeto etc

    O Meira está certo ao nos levar a deixar o preconceito [de que a idéia é ruim por ser nossa] e partir para o trabalho. Também não devemos deixar de lado modelos importados, apenas pelo fato de terem nascido em outro lugar, ao custo de jogarmos fora modelos testados, aprovados e que nos dariam retornos imediatos.

    O mundo é complexo e não nos enviou um caderninho de respostas simples. É preciso nos aprofundar nos problemas, nem que seja, como sugere o Meira, in loco, em primeira pessoa, num passeio por MT.

    Noves fora as crenças, podemos ficar com Buda: “a resposta está no caminho do meio”.

  2. Do meu ponto de vista a inflação no Brasil não acabou por causa do Plano Real, afinal ele era muito parecido com os outros anteriores, só não tinha tablita. Essa história de URV foi para enganar trouxas mesmo. Foi bom para quem vendia balas, tirava xérox, pois o preço era bem menor que NCz$27,50 (era cruzados novos? Nem me lembro mais).
    A inflação acabou porque foi de interesse das elites, ela acabou para eleger o FHC, ela acabou por causa do MercoSul, que começou em janeiro de 95, ela acabou porque acabou também em outros países como Argentina, Chile etc. O resto é balela.

Comments are closed.