Estamos lendo todo dia notícias de demissão nos EUA e Europa. Dentro destes demitidos se encontram pessoas altamente capacitadas muitas delas com mestrado/doutorado e capacidade real de pesquisa e inovação. Além disso elas tem network e conhecimento dos mercados e práticas internacionais.
O ponto é: como usar este momento como oportunidade para repatriar ou importar cérebros? O que o governo, órgãos empresariais estao fazendo para isso? Isso não é estratégico?
Acho que é um bom tema para debate. Boa parte do desenvolvimento científico industrial dos eua pós segunda grande guerra ocorreu pela importação de cérebros (projeto apollo, o proprio manhattan etc). Da mesma forma parte do boom de israel na area de high tech aconteceu por causa dos judeus russo provenientes depois da queda do muro de berlin.
Os americanos estão preocupados com isso. Olhem este texto que apareceu na Social Science Research Network [America’s Loss is the World’s Gain: America’s New Immigrant Entrepreneurs, Part 4], este texto falando que os estudantes da índia e china estão ao final dos seus estudos de doutorado e mestrado voltando para o país de origem [A reverse brain drain] ou este post comentando sobre o mesmo assunto com o fato que empresas fundadas por estrangeiros empregaram 450.000 pessoas e geraram U$ 52 bilhões de dólares em faturamento [Genius Need Not Apply; We’ll Take the American Guy Instead].
E não precisa ir muito longe. Qual a origem dos primeiros professores do ITA? Como o ITA foi formado? Vejam aqui uma história interessante chamada “É preciso botar estes estrangeiros no seu lugar”. As universidades federais vão abrir milhares de vagas para professores, vai ter oferta suficiente no Brasil para isso? Não seria melhor aceitar na banca professores falando outras linguas? Português é uma lingua complicada, mas eu acho que este pessoal tem capacidade de aprender.
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Mais um texto sobre o assunto: Knowledge Economy Migration Policy
“Português é uma lingua complicada, mas eu acho que este pessoal tem capacidade de aprender.” Eu aprendi, e meu cérebro está localizado no momento no Brasil (sou filho de Brooklyn com ypsilo, lá em Nova Iorque.) Eu gostaria dar uma aula sobre Mark Twain e Guimaraes Rosa. E só liberar a verba!
Boa abordagem e que também tem estado no meu rol de preocupações. Estou envolvido num projeto de pesquisa que tem por fim gerar produtos de mercado na área de microeletrônica, dentro do programa CI-Brasil e tenho me perguntado se não é o momento de contratarmos profissionais experientes no Vale do Silício.
Parabéns pelo artigo.
Parabêns!
Tomei conhecimento do seu blog através do blog do Nassif.
Acho este tema muito importante e acredito que esta é uma das maneiras de transformar este limão (crise) numa limonada.
Podemos economizar décadas se conseguirmos atrair os talentos desalocados nos EUA e Europa.
Português não há de ser complicado para pessoas do segundo país em língua espanhola no mundo. Ainda mais se tratando de acadêmicos, que devem publicar e consultar material em espanhol, que é a segunda língua mais difundida (perde para o inglês) e a segunda língua pátria (perde para o mandarim).
Grande Camilo,
Creio que a criação de disciplinas em Inglês nas nossas pós-graduações facilitaria esta atração.
Teria a função dupla de realmente pôr o convívio com o inglês na ordem do dia e pelo menos facilitaria a atuação deste pessoal nas nossas Universidades mesmo antes de eles aprenderem bem o português.