Zeebo – Estou adorando…

Li esta semana dois posts no blog Zeros e uns que foram os melhores posts do blog. Acho o Zeros e uns bom de ser lido, mas muito mainstream. Com as conexões deles no mercado nacional, poderiam trazer coisas quentes no blog e um lado B do mundo de high tech brasileiro.

O Zeebo é um console da TecToy. O Reinaldo Normand (pai do Zeebo) teve uma idéia. Um console sem mídias físicas, sem pirataria, com os jogos por download via rede 3G. A história dele de jornalista para gerente de produto já é fantástica. Patentearam, conversaram com Intel, NVidia, Sun e com a Qualcomm. Qualcomm topou, colocou 4 milhões de dólares no projeto e a TecToy colocou a patente e 200 mil dólares. Estava criada a nova empresa. Zeebo Inc.

Estão pensando grande. Querem fazer um console para o próximo bilhão de pessoas. Para quem não pode comprar um XBOX ou um PS3. Estão colocando as empresas de telefonia celular no jogo. Mercados emergentes. Modelo de negócio para venda de jogos sem pirataria. Querem envolver universidades brasileiras na cadeia de valor.

Meus mais sinceros parabéns a ousadia destes caras. Não ao me too. Quero que esta iniciativa tenha sucesso. Eles podem quebrar a cara, mas isso é do jogo, o caminho deles já é louvável.

Vejam aqui os posts:

Como capturar esta oportunidade? Brain drain nos EUA.

Estamos lendo todo dia notícias de demissão nos EUA e Europa. Dentro destes demitidos se encontram pessoas altamente capacitadas muitas delas com mestrado/doutorado e capacidade real de pesquisa e inovação. Além disso elas tem network e conhecimento dos mercados e práticas internacionais.

O ponto é: como usar este momento como oportunidade para repatriar ou importar cérebros? O que o governo, órgãos empresariais estao fazendo para isso? Isso não é estratégico?

Acho que é um bom tema para debate. Boa parte do desenvolvimento científico industrial dos eua pós segunda grande guerra ocorreu pela importação de cérebros (projeto apollo, o proprio manhattan etc). Da mesma forma parte do boom de israel na area de high tech aconteceu por causa dos judeus russo provenientes depois da queda do muro de berlin.

Os americanos estão preocupados com isso. Olhem este texto que apareceu na Social Science Research Network [America’s Loss is the World’s Gain: America’s New Immigrant Entrepreneurs, Part 4], este texto falando que os estudantes da índia e china estão ao final dos seus estudos de doutorado e mestrado voltando para o país de origem [A reverse brain drain] ou este post comentando sobre o mesmo assunto com o fato que empresas fundadas por estrangeiros empregaram 450.000 pessoas e geraram U$ 52 bilhões de dólares em faturamento [Genius Need Not Apply; We’ll Take the American Guy Instead].

E não precisa ir muito longe. Qual a origem dos primeiros professores do ITA? Como o ITA foi formado? Vejam aqui uma história interessante chamada “É preciso botar estes estrangeiros no seu lugar”. As universidades federais vão abrir milhares de vagas para professores, vai ter oferta suficiente no Brasil para isso? Não seria melhor aceitar na banca professores falando outras linguas? Português é uma lingua complicada, mas eu acho que este pessoal tem capacidade de aprender.

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Mais um texto sobre o assunto: Knowledge Economy Migration Policy

Paul Graham em tempo (quase) real

Paul Graham é um dos melhores ensaístas no setor de empreendedorismo, inovação e financiamento de startups. Os textos são excelentes e você fica com uma pulga atrás da orelha de como foi o processo para criar algo daquele tipo.

Você não precisa ficar mais curioso. Ele capturou o processo de criação do texto “Startups in 13 Sentences” e colocou para você ver. Todas as edições, dúvidas, mudanças tudo ao seu alcance, se clicar aqui.

Agora estou no Twitter

Eu me rendo. Agora estou no Twitter. Tem várias vezes que eu leio (ou vejo) algo que gostaria de compartilhar mas ficaria muito curto no blog. Lá eu vou colocar estes pequenos snippets do meu dia a dia para os meus 3 leitores. Além disso vou usar o twitter para fazer o que todos fazem: falar besteira. Para começar veja no twitter o que está deixando os americanos com o cabelo em pé, que é uma oportunidade para o Brasil e a gente não está fazendo NADA para isso. Bring the boys back home

http://www.twitter.com/camilotelles

Para que servem os economistas?

Eu gosto de gente sincera e de papers que questionem o pensamento corrente de dentro do próprio pensamento corrente. Leiam isso

“We believe that economics has been trapped in a sub-optimal equilibrium in which much of its research efforts are not directed towards the most prevalent needs of society. Paradoxically self-reinforcing feedback effects within the profession may have led to the dominance of a paradigm that has no solid methodological basis and whose empirical performance is, to say the least, modest. Defining away the most prevalent economic problems of modern economies and failing to communicate the limitations and assumptions of its popular models, the economics profession bears some responsibility for the current crisis. It has failed in its duty to society to provide as much insight as possible into the workings of the economy and in providing warnings about the tools it created. It has also been reluctant to emphasize the limitations of its analysis. We believe that the failure to even envisage the current problems of the worldwide financial system and the inability of standard macro and finance models to provide any insight into ongoing events make a strong case for a major reorientation in these areas and a reconsideration of their basic premises.”

Em resumo. Para que serve este pessoal de economia que trabalha com modelos falhos, não pesquisa o que importa e não tem um registro de sucesso razoável? Para que servem estes economistas?

The Financial Crisis and the Systemic Failure of Academic Economics, by David Colander, Hans Föllmer, Armin Haas, Michael Goldberg, Katarina Juselius, Alan Kirman, and Thomas Lux

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Um outro ponto de vista do Fernando Blanco

Power to the people – Shanzai

Uma vez escrevi um texto chamado Power to the people (aqui). Nele comento a queda no valor dos meios de produção, permitindo uma nova classe de trabalhadores criativos.

Vi hoje no blog do Bunnie (já comentei dele antes aqui em uma coluna para o Forum PC´s) uma matéria sobre um movimento na China chamado Shanzai. Eles são rebeldes, individualistas, underground e auto-empregados. São eles que fazem estes celulares com dois sim-cards, celular com TV, cópias de iPhone etc etc etc. Grupos de algumas dezenas até algumas centenas. Alguns altamente especializados em pontos específicos da cadeia de produção. Um grupo de 250 produz 200.000 celulares/mês com um grande mix na produção (Toyota rulez)

Leia a matéria, eu sempre me perguntei a origem destes eletrônicos sui generis que vemos em locais como Santa Ifigenia, 25 de Março, Feiraguai etc. A parte mais importante e interessante da matéria é:

“I always had a theory that at some point, the amount of knowledge and the scale of the markets in the area would reach a critical mass where the Chinese would stop being simply workers or copiers, and would take control of their own destiny and become creators and ultimately innovation leaders.”

A china alcançou uma massa crítica de conhecimento, acesso a meios de produção, oferta de mão de obra, conhecimento e matéria prima que permite iniciativas como esta. Se o caldo de cultura estiver correto, o próximo silicon valley pode aparecer lá.

Leia o posto do Bunnie em  Tech Trend: Shanzai. Leia os comentários, veja a discussão de Bunnie com outras pessoas sobre o modo de produção (fábrica no andar superior, loja no térreo), custos de produção etc.

Veja mais ChinaTology, parece que a Wired vai sair com uma matéria sobre o assunto.

O sumário executivo do Papai Noel – Hilário

1. Problem. Parents need a method to influence their non-compliant kids throughout the year. This is a universal problem beginning at approximately age three and continuing up to the teenage years.
2. Solution. Outsourced bribery via jolly old man who gives candy and toys to nice kids and lumps of coal to naughty ones.
3. Business Model. Revenue sharing with toy companies and candy companies, licensing image to retailers, and royalties from multiple movies, songs, and publications.
4. Underlying Magic. Ability to deliver toys to all the kids around the world in one night, make reindeer fly with near zero-carbon footprint, enter homes through chimneys, know what every kid wants, and know whether every kid has been naughty or nice. Zero support issues due to omniscience. Completely lead-free materials. Over fifty patents filed.
5. Marketing and Sales. Current SEO methods yield 15,700,000 hits in Google. Partnerships with toy manufacturers, candy companies, and retailers to increase Santa’s brand awareness for mutual benefits. Deep inroads into western literature. Creation of long-lasting brand awareness by working with grandparents. You can track market penetration in real time too.
6. Competition. Jesus or none, depending on your world view.
7. Team. Proven CEO with hundreds of years of experience. In addition, there are Mrs. Claus, non-unionized elves, and flying reindeer including one with a red nose. All work for free with no stock options. North Pole production facilities are also free.
8. Projections. Total addressable market of two billion children. Conservatively, 1% market share means twenty million children.

Eu vi aqui (versão do Guy Kawasaky)