Autópsia de um fracasso.

“Failure is the only opportunity to begin again more intelligently.” -Henry Ford

E uma excelente forma de aprender é com o erro dos outros. Roger Ehrenberg tornou público o que levou a empresa Monitor 110 quebrar (Monitor110: A Post Mortem). Como uma empresa que em 2006 foi matéria elogiosa da Financial Times quebrou? O cara tinha dinheiro, tinha visibilidade! O que ele fez de errado?

No post da autópsia ele faz a análise. Ele olha para trás e chega as seguintes conclusões:

  • A demora em definir um líder que dê a palavra final na empresa; (“the buck stops here”)
  • Falta de separação entre a tecnologia e produto; (ficou focado na tecnologia, no lugar de focar no produto. Não tinha uma pessoa com a visão do cliente na empresa. Virou quase pesquisa básica)
  • Muita exposição, muito rápido (Olha a matéria elogiosa do Financial Times como um ponto negativo. O pessoal achou que estava fazendo sucesso…)
  • Muito dinheiro (Torna você menos focado, podemos fazer mais um release do software, temos dinheiro…)
  • Distante do consumidor (falta de feedback. O que estamos fazendo é realmente útil?)
  • Devagar em adaptar a realidade do mercado (O mercado está indicando uma coisa e você fazendo outra.)
  • Conflito entre o corpo executivo e o conselho sobre a estratégia da empresa;

O relato dele gerou muita controvérsia e ele preparou outro ( Monitor110 Learnings: The Good, The Bad, and The Really Bad ), olhando a parte boa e ruim.

Bom:

  • Capacidade de articular idéias e conseguir dinheiro (veja a parte do protótipo, veja como fazer uma apresentação para investidor…)

Ruim:

  • Time muito bom, porém inadequado; (um  monte de alunos brilhantes vindo de excelentes universidades que não tinham experiência nenhuma com os assuntos que deveriam ser tratados por pessoas que já estavam trabalhand na fronteira do conhecimento. O learning by doing foi exagerado neste caso.)
  • Métricas inadequadas; (estamos indo para o local correto?)
  • Falta de foco; (tentou fazer demais no lugar de focar os esforços);
  • Gastou demais;

Corrigida a expressão, valeu Régis!

Elevator pitch na Noruega em 1890

Nansen Elevator PitchElevator Pitch é a idéia de apresentar o seu produto, idéia, conceito em uma viagem de elevador. Imagine que você encontrou com a pessoa mais importante para o seu projeto (pessoal ou profisional) no elevador. O que você diria nos 30 segundos? Como convencê-la a prolongar a conversa? Como você conseguiria resumir a sua idéia em um discurso conciso e contudente?

Em 1890, Fridtjof Nansen, um cientista que se tornou explorador e depois diplomata (O passaporte Nansen para refugiados de guerra tem este nome por causa dele. Ele também ganhou o Nobel da Paz em 1922. Vá no link e leia a biografia) vendeu a idéia de uma expedição para a Academia Norueguesa de Ciência. Um projeto que iria construir um barco formidável com o nome de Fram. Considerado o mais resistente barco de madeira já construido. Foi feito para ser congelado na calota polar, acomodando 12 pessoas durante 5 anos. (isso muito antes de Amyr Klink….). O Fram realizou 3 viagens para os polos e hoje tem um museu somente para ele (Fram Museum) em Oslo, capital da Noruega.

Clique na foto e veja como Nansen convenceu a Academia Norueguesa de Ciência. “My plan in short is: …”

JusBrasil Notícias Jurídicas

A empresa de busca baiana Goshme lança essa semana o JusBrasil Notícias Jurídicas (www.jusbrasil.com.br/noticias) um buscador vertical para notícias do direito brasileiro. Nele o usuário pode ver as notícias mais relevantes do dia, atualizadas minuto a minuto, e buscar por entre mais de 100 fontes especializadas.

O JusBrasil Notícias é o primeiro passo em direção a um projeto ainda maior, o JusBrasil Busca Jurídica, a ser lançado ainda esse ano, e que irá agregar em um só local não só notícias da área mas também todas as outras esferas da informação jurídica: legislação, jurisprudência, doutrina, informação dos diários oficiais e dicionários jurídicos.

Eu odeio plano de negócios (business plan)!

Eu odeio plano de negócios, acho que temos um fetiche em relação aos planos de negócios. Acho também que o ensino de empreendedorismo no Brasil privilegia extremamente o plano de negócios que deveria ser uma mera ferramenta, um instrumento para levantar a discussão dos itens essenciais de uma empresa. O que acontece é que se fica tão embevecido com o instrumento – plano de negócios – que se esquece do essencial: produto e mercado.

Deixa eu relatar uma história que ilustra o meu pensamento, estava visitando uma incubadora e me apresentaram uma empresa como extremamente promissora. Eu me sento para conversar com o pessoal, o papo foi mais ou menos assim: (vou manter as características da empresa em segredo, sem constrangimentos)

  • Camilo: Oi! Tudo bem? Eu soube que vocês estão desenvolvendo um sistema para X. Excelente. Posso ver o seu plano?
  • Empreendedor: Ah! Sim, nós temos 3 planos de negócios! (ops! 3???)
  • Camilo: Não! Eu estava falando do plano do produto. Algum tipo de especificação, cronograma. Quando vocês pensam lançar a primeira versão minimamente funcional?
  • Empreendedor: Entendi. Estamos esperando lançar algo em 6 meses.
  • Camilo: Que bom. Como vocês estão resolvendo a questão do problema Y (tecnologia essencial para o projeto deles)
  • Empreendedor: Problema Y? Não pensamos nele ainda.
  • Camilo: Uma pergunta. Vocês dizem que vão lançar algo em 6 meses e não sabem ainda como abordar o problema Y? O que vocês vão lançar em 6 meses?
  • Empreendedor: Estamos discutindo o que vamos lançar em 6 meses, ainda não detalhamos.
  • Camilo: Ok, valeu, boa sorte, depois conversamos.

Esta empresa ainda existe? Não. Eles tinham um monte de planos de negócios, com as palavras de moda, com planejamento financeiro com faturamento exponencial e cálculos de taxa internas de retorno com uma precisão de dois dígitos e não tinham a miní­ma idéia do que iriam fazer na prática.

Por causa disso que eu não me supreendo com esta pesquisa que o Guy coloca no site dele. Um estudo realizado em uma faculdade americana (Babson College) analisou 161 negócios que foram iniciados por ex-alunos. Não existiu diferença estatística no sucesso dos que iniciaram com um plano de negócios e sem um plano de negócios. A conclusão é que caso o empreendedor não precise levantar dinheiro de investidores, não existe a necessidade de escrever um plano de negócios detalhado.

Com isso devemos jogar fora os planos de negócios? Não! A questão é o fetiche (e o mercado…) em torno disso que leva os empreendedores a focarem no plano de negócios no lugar de se focar no produto, mas isso não tira a necessidade de analisar o mercado, planejar os próximos passos, ter a visão de onde se quer chegar e comunicar para a equipe o caminho a ser pecorrido. Veja este texto de Guy sobre plano de negócios e leia o manifesto The Art of Start. Em resumo:

  • Perfect your pitch, then write your plan.
  • Use the business-plan exercise as a way to get your team on the same page.
  • Keep it short: ten to twenty pages.
  • Spend no more than two weeks writing it.
  • Don’t get obsessed with with details in your financial forecast because it should be one page long

195.000 dólares em uma semana

É quanto um jogo já faturou no XBox Live Arcade. O pessoal está chamando de YouTube dos jogos. Eu acho que a comunidade de jogos no Brasil (e a nascente comunidade baiana) deveria olhar com carinho esta iniciativa da Microsoft. É uma excelente forma de distribuição de jogos e que automaticamente atinge um número monstruoso de possíveis usuários.

Procurando um pouco mais sobre este assunto achei os seguintes ponteiros que podem ser úteis:

  • Um blog somente voltado a parte comercial de jogos em geral. Ele tbm comenta sobre o Live Arcade aqui.
  • O comentário de um desenvolvedor sobre o processo de aprovação da entrada de jogos no Live Arcade.

Negócios com a Microsoft

A Microsoft tem uma área pouco conhecida de relacionamento e apoio a startups. Muitas das aquisições que eles fizeram nos últimos anos (e não foram poucas) foram oriundas deste processo de relacionamento.

O Om Malik realizou uma entrevista com o gestor desta área, Dan Letwinn. Os pontos principais desta entrevista são:

  • Eles tem um programa específico para startups
  • O grupo Negócios Emergentes  analisa em média 100 empresas por semana. As empresas que passam pelo crivo deles são encaminhadas para negociações com as unidades de negócios da Microsoft

Você encontra a entrevista completa aqui